Vivemos num mundo onde temos que ouvir repetidamente que devemos seguir nossos sonhos e alcançar nossas metas. Ter um objetivo é imprescindível… dizem! Mas e quando não sabemos quais são exatamente esses sonhos e metas? Para que servimos? Qual papel devemos desempenhar? Pior, quando chegamos aos quarenta, cinquenta… sessenta anos e continuamos à procura do que fazer?
Quando crianças somos hipnotizados por comentários que indicam o que nossa família espera de nosso futuro. Os pais podem até nem dizer diretamente que devemos seguir uma determinada carreira ou um estilo de vida, mas através dos elogios ou repúdios que demonstram em relação a certas situaçãos ou pessoas, acabam por ditar, de forma indireta, a fórmula do sucesso.
Ex: “Fulano é esperto, sabe como ganhar dinheiro!”, “Ele tem um filho médico e outro advogado!” (insinuando sucesso, boa criação), “Você é bonita, quando crescer pode ser modelo”,”Quando você casar e tiver seus filhos…”.
Nossa vulnerabilidade infantil nos faz incorporar o destino que desenham para nós. Ficamos tão presos às opções implantadas em nossas mentes, que nos cegamos diante de tantas outras possibilidades. Acreditamos, de fato, que queremos ser secretária como nossa mãe; fazer muitas viagens, como nosso vizinho; vestir paletó e gravata, como nosso pai; ter muitos amigos, como nosso primo. Mas nem sempre essas escolhas nos preenchem.
Quando percebemos que estamos no caminho errado nos resta pensar em mudanças. Mas como seguir um novo rumo se não temos a mínima idéia do que queremos fazer?
Para descobrir o que se quer é preciso, primeiramente, se conscientizar e se desligar das expectativas alheias. Eis aqui 2 exercícios para ajudar nessa tarefa(é apenas um primeiro passo).
1º exercício
Numa folha de papel, escreva o nome dos principais membros de sua família ou pessoas próximas de grande influência(pai, mãe, irmãos, primos, vizinhos, madrasta etc). Depois imagine as expectativas que cada uma delas tinha(ou tem) a seu respeito. Coloque tudo o que vier na mente, sem pensar demais. Claro, que não há como constatar o que realmente vai na cabeça das pessoas, mas ainda assim é possível perceber muita coisa através do discurso e do tratamento dado a você.
Exemplo:
Mãe: Expectativa de que a filha seja inteligente, comportada, formal, dedicada a atividades intelectuais, sem muitos dons para artes. Que se envolva em relacionamentos amorosos estáveis com homens que são agradáveis ao gosto da mãe.
2º exercício
Este exercício é mais uma brincadeira. A idéia é que se faça um desenho ou uma colagem com imagens que representem o que as pessoas esperavam que você fosse. Guarde essa imagem, para constatar o quanto é ridícula e incoerente a expectativa alheia… e siga em busca do que você realmente é.
Fonte: I could do anything if I only knew what it was – de Barbara Sher e Barbara William