É quase certo que você conhece um mitômano se já bateu com uma pessoa que fala ininterruptamente sobre si mesma e não te dá chances para participar da “conversa”. E… não! Ele não é um cara divertido, com uma rica bagagem de vida ou conhecimentos e experências fascinantes. No geral, são chatos, fazem monólogos longuíssimos, falam de assuntos pessoais e cotidianos que não interessam a ninguém e colocam os outros na posição de ouvido-de-penico…. e…
… nem tente compartilhar suas opiniões em meio a enxurrada de palavras que o tal indivíduo lança sobre você. Esquece! Ele nem te ouve! Enquanto você fala ao léo ele está dentro da própria cabeça elaborando o que vai dizer em seguida.
Já fiz o teste com um tipo desses e é tiro e queda. Perguntei ao sujeito se ele escutou o que eu disse e ele respondeu que sim, então pedi para repetir e ele não tinha a mínima idéia do que eu havia falado.
Comportamento do Mitômano
Mas o que isso tudo tem a ver com o título da matéria? É simples… se prestar atenção ao que ele conta verá que há algo de estranho alí. Você vai perceber que o tal sujeito não consegue sair um único dia sequer para passear com o cachorro sem que relate acontecimentos fantásticos que você reconhecerá dos filmes, novelas e séries que já assistiu.
Ele é sempre o centro das histórias… o herói, o esperto, o único, o especial, o superior, o talentoso, o que tem as habilidades e o carisma que mais ninguém possui. É praticamente um deus…e… aí você acha que o cara é louco, meio pirado, fuma muita maconha… e você fica imóvel, com os olhos arregalados, pensando quanto tempo mais terá que ficar ouvindo aquilo, pensando em estratégias para escapar, se sentindo ridículo porque tem que dizer “legal!”…”É mesmo!”… “Puxa!”…”Que barato!”… “Hum hum!”…mesmo sabendo que tudo aquilo é mentiiiraaaaa!!!!!
Você fica exausto, cansado, estressado, se sentindo usado e o indivíduo, ao contrário, está em êxtase! Ele ama se ouvir, ama ter uma platéia que crê estar acreditando em suas histórias, se diverte com os detalhes cada vez mais mirabolantes que acrescenta em suas narrativas e não quer parar nunca, pois ele é um mitômano e mitômanos são viciados em mentir. Todo o prazer e alívio que todos os viciados têm ao desfrutarem do objeto do seu vício o mitômano também tem, só que tagarelando suas epopéias.
Como em todas as outras nóias, há graus de chaturas e mentirices, portanto há os mais suportáveis e outros que só cortando a língua!
Fontes: Mitomanía- Juan Moisés de la Serna
Meu saco, minha paciência, meus ouvidos, meus nervos.
Por Helô de Castro