Stalkers: como suas vítimas reagem

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mulher no chão

As ações de um stalker deixam marcas profundas nas vítimas. Mesmo a perseguição que ocorre num curto espaço de tempo é capaz de causar mudanças para pior na vida de quem sofre o assédio.

Sendo a maioria das vítimas do sexo feminino, cerca de 80%, vou me basear em pesquisas feitas com mulheres, embora muitas vítimas sejam homens, assim como muitos stalkers mulheres.

Veja quais foram as mudanças que ocorreram em pessoas que sofreram perseguição:

1- Entraram em estado de stress profundo.

2- Mudaram de residência.

3- Mudaram de cidade ou país.

4- Mudaram de aparência para tentar não ser reconhecida pelo stalker.

5- Mudaram de aparência para tentar parecer menos atraentes aos perseguidores.

6- Deixaram de participar de atividades até então presentes em seu cotidiano.

7- Se fecharam socialmente.

8- Perderam ou abandonaram o emprego.

9- Deixaram os estudos.

10- Evitavam ir a locais onde seu stalker poderia estar.

11- Adotaram um excesso de medidas de segurança e gastavam um longo tempo verificando se todas as portas e janelas estavam trancadas, se o alarme estava desligado, se o telefone estava próximo(caso precisasse ligar para a polícia).

12- Gastaram muito dinheiro com alarmes e reparações de danos causados pelo stalker.

13- Mudaram seus carros e colocaram filtros escuros nos vidros dos veículos.

14- Mudavam constantemente de itinerário, muitas vezes tendo que usar caminhos muito mais longos, para despistarem seus perseguidores.

15- Quando dirigiam, não tiravam os olhos do retrovisor.

16- Ficavam paranóicas quando o telefone tocava, quando alguém batia na porta, quando um carro se aproximava, quando ouviam qualquer barulho diferente etc.

17- Sentiram-se impotentes.

18- Muitas pensaram em suicídio.

19- Sentiram-se culpadas por terem escolhido mal os parceiros.

20- Passaram a ter problemas alimentares, com perda ou ganho excessivo de peso.

21- Passaram a beber e a fumar mais(ou o aumento de qualquer outro vício que tinha).

22- Suas doenças pré-existentes pioraram(psoríase, asma, úlcera…).

23- Passaram a ter problemas de sono(insônia, pesadelos etc).

24- A maioria passou a sofrer de transtornos de ansiedade(ataques de pânico, sustos, tremedeiras).

25- Muitas passaram a sofrer de de stress pós-traumático.

26- Passaram a ter pensamentos agressivos contra os perseguidores.

27- Se tornaram mais introvertidas, mais desconfiadas, mais amedrontadas, mais agressivas, menos amigáveis e pouco abertas.

28- Passaram a confiar menos nos homens.

29- Mesmo quando o stalker desapareceu, continuaram achando que ele retornaria e viviam tendo flashbacks das perseguições sofridas.

Outras curiosidades

1- Para ser considerado stalking, a vítima deve ser perseguida por pelo menos quatro semanas.

2- A maioria das vítimas são mulheres em torno dos trinta e poucos anos.

3- Uma pesquisa feita na Austrália apontou que tipo de relacionamento a vítima tinha como o stalker. Embora seja um estudo local, ele revela um padrão que acontece em vários países. Veja o resultado:

29% – Relação íntima(marido, ex-marido, namorado, ex-namorado…).

25% – Ligação profissional(prestação de serviços), principalmente a relação médico-paciente.

09% – Ligado ao trabalho.

21% – Conhecidos, amigos, vizinhos etc.

16% – Vítima e stalker eram estranhos.

A minha experiência com um stalker

Eu morava num kitnet, com uma porta bem frágil e num edifício com poucos moradores e sem porteiro. Eu era a única no local que vivia sozinha e não tinha intimidade com nenhum outro inquilino do prédio.

Num dado momento um homem com uma voz gutural(parecia um demente) começou a socar minha porta chamando por nome de mulheres(Ana!!! Maria!!!…). Como eu morava em cima de um botequim, pensei que era algum bêbado desgarrado, mas não… ele voltou por noites seguidas durante umas seis semanas.

No início eram batidas na porta com os gritos histéricos, que duravam mais de uma hora, porém, aos poucos ele foi ficando mais atrevido e passou a permanecer por mais tempo, inclusive, tentando arrombar a fechadura. Depois passou a apagar as luzes do prédio e, por fim, passou a quebrar as lâmpadas, deixando os corredores às escuras. Para piorar, eu tinha uma vida noturna movimentada e costumava voltar para casa em torno do horário em que esse jovem, prestando serviço militar, costumava aparecer para me aterrorizar.

Na única ocasião em que chamei a polícia o atendente disse que era sexta-feira e os policiais eram muito ocupados nesse dia, portanto eles passariam se desse para ir… claro que nunca apareceram!(Isso mesmo! Você leu certinho… a polícia estava ocupada!!!… e o atendente ainda ficou elogiando a minha voz, perguntado de onde eu era…).

Minha sorte foi que, após um tempo, ele passou a assediar as moças de outro apartamento(ele nunca bateu em porta de macho) e uma delas tinha um namorado que chamou a polícia(evidentemente eles atenderam a uma reivindicação de um homem…haviam duas viaturas até!).

O stalker foi preso, tomou muita porrada dos policiais(adorei!!!), passou uma noite no xilindró e nunca mais apareceu. Final feliz? Sim, porém ainda levou meses para que eu me sentisse segura novamente e sempre acordava no meio da madrugada grilada com qualquer som que ouvia nos arredores.

Fonte: Stalkers and their victims de Paul E. Mullen, Michele Pathé e Rosemary Purcell

 

 

 

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