Estuprador: tipo controlador

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Esse tipo de estuprador quer se sentir no poder, no comando, dar ordens e controlar o corpo e a sexualidade da vítima.

Perfil

Tem um sentimento de inadequação ao se comparar a outras pessoas; de modo geral, se vê como alguém que está falhando na habilidade de conseguir o que deseja, especialmente quando se refere a assuntos amorosos ou ao sucesso social.

Costuma ter forte insegurança quanto a sua masculinidade e identidade.

A homossexualidade é um assunto que o assombra e é muito provável que seja homofóbico.

É radicalmente avesso a práticas sexuais que julgue inconvencionais e se sente desconfortável a respeito da sexualidade alheia, a qual critica agressivamente.

Estuprar é uma forma de expressar competência, força, controle, autoridade e capacidade.

Ações

Ele tem um enredo pronto na cabeça de como o assédio deve ocorrer. Em sua imaginação a vítima resiste, porém, no final, se rende a seu fascínio. Esse pensamento costuma ser obsessivo e é fonte de excitamento, expectativa, ansiedade, antecipação de prazer e medo.

Durante e, principalmente, após o ato toda essa expectativa vai por água abaixo e sobra uma enorme frustração, a qual ele acredita ter ocorrido pelo fato de não ter achado a pessoa certa. No entanto, confia que ainda encontrará a mulher perfeita. Essa busca incessante pela relação ideal o torna um estuprador em série, que age em espaços muito curtos entre um assalto e outro.

Ele emprega somente a força física necessária para conseguir o que quer: sexo; embora sua intenção inicial não seja agredir fisicamente. A vítima, inclusive, pode sair sem nenhum arranhão se cooperar da maneira que ele exige.

É mais comum usar ameaças verbais e armas para obrigar a vítima a ceder.

Os ataques são premeditados. Ele estuda a vítima com antecipação ou desenvolve uma tática para capturá-las, como oferecer caronas, por exemplo.

O sexo

Costuma conversar com as vítimas fazendo perguntas de cunho sexual. O tempo todo dá instruções e ordens sobre como elas devem agir.

Quer saber as preferências sexuais da vítima e pede que o avalie.

Costuma recusar a denúncia de que o ato sexual foi forçado e acredita que a negação da vítima é apenas uma forma que ela encontra para proteger sua reputação.

É comum ter um péssimo desempenho sexual e dificuldades de ter ou manter a ereção. A medida que isso acontece obriga a vítima a masturbá-los ou praticar sexo oral e, mesmo assim, pode não ter bons resultados, tornando-se agressivo diante do fracasso e culpando a vítima pela falta de cooperação.

Muitas vezes convida a vítima para um encontro após o estupro ou a chama para algum evento em um outro dia.

No geral, se acha tão onipotente que é capaz de se identificar para a vítima(dar nome, endereço, número de telefone, local em que trabalha), comparecer aos encontros que marca com ela(apesar do risco de ser recepcionado pela polícia) ou oferecer carona para levá-la até a delegacia de polícia.

A vítima

A vítima tende a ser de idade aproximada do agressor ou um pouco mais jovem. É escolhida de acordo com a sua vulnerabilidade e facilidade de acesso.

A vítima pode ser raptada e mantida em cativeiro por várias horas sofrendo várias violações.

A vítima não tem grande suporte das outras pessoas, já que não há muitas evidências físicas do estupro, e isso faz com que duvidem do ocorrido e questionem o porquê de não ter resistido. Muitos, acreditam que de alguma maneira ela deu sinal verde para o estuprador.

A linguagem do estuprador durante o assalto é instrutiva e questionadora.  Ele fica perguntando se ela gostaria de vê-lo de novo, se gostou do encontro, se ela lhe daria um beijo… A vítima acaba confirmando que gostou e quer vê-lo de novo porque teme a reação do sujeito caso o contrarie. Essa estratégia prejudica a vítima quando o estuprador vai a julgamento, pois ela irá confirmar que falou realmente tais coisas, embora com a finalidade de autodefesa…mas muitos não acreditam!

O estuprador pode usar a tática de passear com a vítima após o estupro. Ele a leva para locais em que possam ser vistos juntos. Como a vítima não grita por socorro, mesmo tendo oportunidade, acaba por ficar desacreditada quando tenta conseguir a condenação de seu agressor(obviamente a falta de reação é decorrente do medo de que algo dê errado e ele parta para uma retaliação violenta). 

Antes ou durante a agressão o estuprador faz perguntas para saber onde ela mora, onde trabalha, qual nome completo; ou então pega a identidade e anota seus dados. Com isso, ameaça a vítima de matá-la caso o denuncie.

A vítima costuma sentir muita raiva de si mesma por não ter resistido ou escapado. Ela sempre acha que se tivesse feito algo diferente teria evitado e estupro. Esse sentimento faz com que a recuperação de seu trauma seja muito mais lento.

Fonte: Men who rape- The psycology of the ofender de A. Nicholas Groth e H. Jean Birnbaum

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